domingo, 30 de junho de 2013

À beira-mar, um táxi pra estação lunar.


Não queria mais brincar. Ser gente grande a fez trocar sonhos, planos e contos de fadas pela rotina dos dias e ônibus cheios e de inspiração, fé e sorrisos vazios. Nem menina, nem mulher. Mas como não são as batidas do coração que coordenam o relógio da vida, em um fim de tarde do mês de maio, ela, talvez sem notar, embarcara para a viagem que tanto sonhou e agora pouco acreditava.

Para quem já havia passeado por estrelas, muito além daquelas que guardava o mar, ter a constelação como paisagem a fez relembrar caminhadas antigas. Ao seu lado, ele, consciente de si e da sua responsabilidade naquele embarque. Compartilharam silêncios. E este, quiçá, seja o sinal de alerta mais evidente. Era preciso apertar os cintos, a viagem estava só começando.

Como destino, o ponto final dos amantes. Na estação lunar, as reticências das histórias que não encontraram seu fim esperavam por desfechos ou continuações. E ali, estavam eles. O nascer de mais um dia anunciava as tantas mil possibilidades que se abrem para aqueles que creem. Para aqueles que voltaram a crer. E, lilás, brilhavam os raios de um sol nascente para aqueles que embarcaram juntos, para a ida e para a volta. 


Esse texto é um projeto especial do Esquinas com músicas de O Grande Encontro e foi inspirado na música "Táxi Lunar".

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