Eu poderia escrever milhares de linhas sobre todas as minhas teorias pro que aconteceu. Mas não precisamos ir tão longe. Você não me prometeu nada. E talvez o mais duro seja aprender que sorrisos e abraços não são promessas. Eles têm a ver com o presente e não com o futuro. E foi assim, foi o presente que você podia me oferecer.
Enquanto isso, eu erguia meu próprio castelo de areia e esperava você voltar do mar e topar a brincadeira. Mas o tempo, como o mar, tem ritmo próprio e essa dança não é feita de acasos. Foi assim que as ondas destruíram o castelo e as pegadas que deixamos naquela praia.
Também não é sobre querer ficar só. No fundo, a gente sabe que é sobre encontrar alguém que nos faça querer estar junto. O que doeu é não ter sido eu essa pessoa. Mesmo que eu estivesse enxergando todo o tempo que me cabia ali, exatamente ao teu lado.
Não, não precisa me olhar assim de lado, com aquele sorriso exato de mistérios e desejos. Eu sei bem que não existem culpados. Nós somos feitos de metáforas e silêncios. E a vida precisa me lembrar, por vezes, que ela mesma pode transformar tudo em poesia.
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