quinta-feira, 22 de junho de 2017

Uma coleção de vazios

Eu poderia escrever milhares de linhas sobre todas as minhas teorias pro que aconteceu. Mas não precisamos ir tão longe. Você não me prometeu nada. E talvez o mais duro seja aprender que sorrisos e abraços não são promessas. Eles têm a ver com o presente e não com o futuro. E foi assim, foi o presente que você podia me oferecer.

Enquanto isso, eu erguia meu próprio castelo de areia e esperava você voltar do mar e topar a brincadeira. Mas o tempo, como o mar, tem ritmo próprio e essa dança não é feita de acasos. Foi assim que as ondas destruíram o castelo e as pegadas que deixamos naquela praia.

Também não é sobre querer ficar só. No fundo, a gente sabe que é sobre encontrar alguém que nos faça querer estar junto. O que doeu é não ter sido eu essa pessoa. Mesmo que eu estivesse enxergando todo o tempo que me cabia ali, exatamente ao teu lado.

Não, não precisa me olhar assim de lado, com aquele sorriso exato de mistérios e desejos. Eu sei bem que não existem culpados. Nós somos feitos de metáforas e silêncios. E a vida precisa me lembrar, por vezes, que ela mesma pode transformar tudo em poesia.

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